Viver a vida com paixão e trabalhar com o que faz sentido

Eu sonhava ser jornalista, repórter de rua, conhecer histórias, pessoas, culturas. Amava registrar, escrever, fotografar, filmar, criar registros da vida. Por um curto tempo eu fui. Mas a vida foi tomando outros rumos. Comecei a trabalhar com assessoria de imprensa, produção de conteúdo em agências de publicidade (em uma delas fui a repórter que gostava e escrevia sobre variados temas para uma revista), e cheguei nas mídias sociais, um campo vasto, cheio de oportunidades. Me especializei, fiz pós-graduação e MBA na área. Eu gostava, tinha períodos em que eu estava super animada. Mas ainda não era o que fazia meu coração vibrar, meus olhos brilharem e eu dormir e acordar respirando (positivamente) aquilo.

A pandemia foi um momento de muitos descobrirem e redescobrirem muitas coisas que antes estavam encobertas pela insana correria da vida. O que a gente já amava veio à tona com toda a força e o que a gente suportava, manifestou-se como algo impossível de continuar apenas levando.

E não foi diferente comigo, em julho de 2020, redescobri a fotografia que eu amava desde sempre e um mundo de possibilidades se abriu à minha frente.

Continuei trabalhando ainda por um ano na agência, mas meu plano de voo já estava tomando forma.

Estabeleci uma data para sair e fiz tudo que tinha que ser feito para cumprir o prazo que eu mesma tinha me dado.

Por um ano, me dividi em dois trabalhos, trabalhando desde a hora que acordava até a hora de dormir e também aos finais de semana.

E cumpri o prazo que eu havia dado a mim. Saí super tranquila? Claro que não. Saí com medo. Mas o mesmo medo me paralisou por muitos anos, foi o que eu dei a mão e falei "vou com você mesmo, querido, queira você ou não, você não me paralisa mais".

Sair de um emprego fixo para empreender dá muito medo sim. Mas tem algo que eu sempre tive em mente e que agora materializei forte na minha vida: nada é estável, não existe estabilidade em nada, nem mesmo em um emprego com carteira assinada.

Cabe a nós viver da melhor maneira que pudermos. Da maneira que realmente escolhemos e nos faz feliz. A vida é um sopro e não merece ser vivida sem paixão.